quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Não era para falar de Natal...

Dia 24/12, dia em que as famílias estão reunidas para a ceia de Natal e troca de presentes. Há mais de 15 anos não passo o Natal com minha família de sangue. Muitos outros passei com minha família de alma. Mas desde 2010 que o Natal passou a ser um dia como outro qualquer. Até uns anos atrás me limitava a fazer uma salada de Natal que fica bem gostosa, mas com o passar dos anos fui perdendo o tesão de fazê-la.

Enfim ontem estava em casa, sozinha, curtindo as coisas que curto normalmente, com uma tristeza dentro de mim, não por não estar perto da minha família de sangue. Mas talvez uma nostalgia daquilo que nunca tive, uma família que me aceitasse e gostasse de mim. Tenho uma amiga que tem uma família super unida. Volta e meia digo a ela que isso é bem legal, ela mesma concorda que a família é a base da vida dela. No entanto nunca senti família como base emocional. Talvez disso sinta falta na noite de Natal, daquilo que poderia ter sido e não foi na casa onde fui criada, da família que não construí ao longo da vida.

Bem, eram 22 horas e eu estava vendo TV e acabado de fazer uma refeição normal. Quando o interfone toca. Achei que fosse engano. Quem iria tocar o interfone na noite de Natal, naquela hora? Atendo e desligam. Acho que é alguma criança brincando. Daí mais uns 15 minutos toca de novo e era nada menos do que o vizinho canalha. Aquele que uma vez bateu na minha porta para dizer que  me amava e sumiu no dia seguinte. Sim, era o infeliz, com a maior cara de pau que Deus lhe deu, para desejar feliz natal. 

Atendi o infeliz cordialmente, para ver até onde ele ia. E  queria simplesmente me ver, com a voz doce e mansa que é característica dele. Como já não estava num dia bom, disse tudo ali no interfone mesmo. Perguntei a ele o que tinha dado nele para querer me ver na noite de Natal. Perguntei se queria curtir com a minha cara, porque sumia durante meses e de repente volta como se nada tivesse acontecido. Ficando registrado que depois da primeira vez, essa é a terceira vez que me procura. Mandei passar bem e desliguei o interfone.

Enfim, quando a gente pensa que algo jamais vai acontecer na noite de Natal, aquilo acontece. Sabia que um dia ele iria me procurar de novo e disse para mim mesma que quando esse dia chegasse, diria tudo que estava entalado para ele. Mas sinceramente não esperei que fosse me procurar na noite de Natal, momento que deveria estar com a família dele. Não sei nem como conseguiu interfonar para mim, visto que a mãe dele é mega possessiva. Enfiiiiimmm. Depois dessa só me restou desligar tudo e ir dormir às 22:30h, porque melhores dias virão.