
Lendo esse post da Patrícia me deu vontade de escrever sobre uma internação que passei por conta do vício de álcool e drogas.
Um dia acordei completamente alterada, o vício de drogas me consumia. Minha mãe lavava roupa e eu peguei uma das garrafas de vodka que escondia por todo meu quarto. Nessa época tinha 23 anos. E comecei a tomar vodka e engolir comprimidos. Até que num certo momento, depressão, álcool e drogas me fizeram enlouquecer. Eu coloquei o som no volume mais alto e dançava. Minha mãe tentava abaixar o som e eu não deixava. Estava agressiva como um bicho. Minha mãe chamou meu irmão que morava no mesmo prédio, já casado ele veio junto com minha cunhada. Nenhum deles conseguiam chegar perto do som, porque eu atirava coisas e tranquei a porta do quarto.
Mais tarde ouço a voz do meu pai do lado de fora. Todos falando comigo para abrir a porta que iriam me levar para um lugar para que que eu descansasse e fizesse uma sonoterapia.
Abri a porta, fiquei mais calma e concordei. Lá fomos nós para o tal lugar. Me internaram num hospital público aqui do RJ, que tinha uma fama bem ruim. Quando cheguei na minha ala. Vi que não era sonoterapia, mas pura internação mesmo. Enlouqueci e corri pelo corredores e me atirei numa janela cheia de grades. Dois enfermeiros correram me agarraram e me doparam com uma injeção...
Quando acordei, estava dentro de uma espécie de galpão. Cheio de camas. Muitas mulheres estranhas, umas falavam sozinhas, outras estavam catatônicas. Um lugar que mais parecia um presídio daqueles bem feios. E tinha uma grande porta de ferro. Que era a nosa única comunicação com o exterior. Então ficávamos todas batendo naquela porta, e ninguém aparecia. Fui ao banheiro que mais parecia um chiqueiro, eram fezes e urina para todos os lados. E uma mulher tinha vomitado e estava deitada dentro do vômito. Uma cena deprimente até para nós que estávamos com nosso estado de consciência alterado. Eu andava por aquele longo corredor que tinha uma lampada fraca. A noite tudo ficou muito escuro. E as pessoas mais alteradas, umas em abstinência, outras já em processos psicóticos.
Começamos desesperadamente a bater na porta até que veio 3 enfermeiros, abriram a porta e mandaram a gente parar. Jogaram um saco de cigarros quebrados e que já tinha sido fumados e apagados, e acenderam um. Todas nós feito bichos, jogamos aqueles cigarros no chão e ficamos escolhendo os melhores pedaços e fumando e não poderíamos perder o fogo, senão não teria como acender.
No dia seguinte passaram todas nós para uma sala onde tomamamos um monte de comprimidos, café com leite e pão sem manteiga. Percebi que tinha uma porta aberta que dava para uma escada. Não pensei duas vezes, desci as escada e corri, corri como nunca na minha vida. Mas aqueles enfermeiros pareciam atletas, eram enormes musculosos e corriam muito, me pegaram e me jogaram no chão. E me retornaram para a "cela".
Fiquei semanas naquele lugar. Pela manhã sempre nos passavam para uma sala que uma mesa de psiquiatras perguntavam bobagens e nos mandavam de volta para "cela".
Depois de um tempo você perde a noção de tempo. E meio que fica morta por dentro, anestesiada. Todo o mal estar por abstinência das drogas que usava, se misturavam com aquele ambiente horroroso.
Um dia meus pais me libertaram daquele lugar. Nem eles sabiam o quanto aquilo seria ruim.
Não foi por isso que parei de me drogas, voltei às drogas e ao álcool e só mais tarde quando tinha acabado com toda minha vida, é que escolhi por conta própria fazer o caminho de volta.
Hoje em dia dou muito valor a vida que construí. Tem anos que me libertei das drogas, o álcool nunca foi meu problema principal, na verdade acho que o problema todo residia no minha postura autodestrutiva diante da vida. Não saí de tudo isso porque sou fodona, mais forte que os outros, blá blá blá. Todos nós temos dentro de nós a força que precisamos para recomeçar, é só querer e se determinar a isso.
Um dia acordei completamente alterada, o vício de drogas me consumia. Minha mãe lavava roupa e eu peguei uma das garrafas de vodka que escondia por todo meu quarto. Nessa época tinha 23 anos. E comecei a tomar vodka e engolir comprimidos. Até que num certo momento, depressão, álcool e drogas me fizeram enlouquecer. Eu coloquei o som no volume mais alto e dançava. Minha mãe tentava abaixar o som e eu não deixava. Estava agressiva como um bicho. Minha mãe chamou meu irmão que morava no mesmo prédio, já casado ele veio junto com minha cunhada. Nenhum deles conseguiam chegar perto do som, porque eu atirava coisas e tranquei a porta do quarto.
Mais tarde ouço a voz do meu pai do lado de fora. Todos falando comigo para abrir a porta que iriam me levar para um lugar para que que eu descansasse e fizesse uma sonoterapia.
Abri a porta, fiquei mais calma e concordei. Lá fomos nós para o tal lugar. Me internaram num hospital público aqui do RJ, que tinha uma fama bem ruim. Quando cheguei na minha ala. Vi que não era sonoterapia, mas pura internação mesmo. Enlouqueci e corri pelo corredores e me atirei numa janela cheia de grades. Dois enfermeiros correram me agarraram e me doparam com uma injeção...
Quando acordei, estava dentro de uma espécie de galpão. Cheio de camas. Muitas mulheres estranhas, umas falavam sozinhas, outras estavam catatônicas. Um lugar que mais parecia um presídio daqueles bem feios. E tinha uma grande porta de ferro. Que era a nosa única comunicação com o exterior. Então ficávamos todas batendo naquela porta, e ninguém aparecia. Fui ao banheiro que mais parecia um chiqueiro, eram fezes e urina para todos os lados. E uma mulher tinha vomitado e estava deitada dentro do vômito. Uma cena deprimente até para nós que estávamos com nosso estado de consciência alterado. Eu andava por aquele longo corredor que tinha uma lampada fraca. A noite tudo ficou muito escuro. E as pessoas mais alteradas, umas em abstinência, outras já em processos psicóticos.
Começamos desesperadamente a bater na porta até que veio 3 enfermeiros, abriram a porta e mandaram a gente parar. Jogaram um saco de cigarros quebrados e que já tinha sido fumados e apagados, e acenderam um. Todas nós feito bichos, jogamos aqueles cigarros no chão e ficamos escolhendo os melhores pedaços e fumando e não poderíamos perder o fogo, senão não teria como acender.
No dia seguinte passaram todas nós para uma sala onde tomamamos um monte de comprimidos, café com leite e pão sem manteiga. Percebi que tinha uma porta aberta que dava para uma escada. Não pensei duas vezes, desci as escada e corri, corri como nunca na minha vida. Mas aqueles enfermeiros pareciam atletas, eram enormes musculosos e corriam muito, me pegaram e me jogaram no chão. E me retornaram para a "cela".
Fiquei semanas naquele lugar. Pela manhã sempre nos passavam para uma sala que uma mesa de psiquiatras perguntavam bobagens e nos mandavam de volta para "cela".
Depois de um tempo você perde a noção de tempo. E meio que fica morta por dentro, anestesiada. Todo o mal estar por abstinência das drogas que usava, se misturavam com aquele ambiente horroroso.
Um dia meus pais me libertaram daquele lugar. Nem eles sabiam o quanto aquilo seria ruim.
Não foi por isso que parei de me drogas, voltei às drogas e ao álcool e só mais tarde quando tinha acabado com toda minha vida, é que escolhi por conta própria fazer o caminho de volta.
Hoje em dia dou muito valor a vida que construí. Tem anos que me libertei das drogas, o álcool nunca foi meu problema principal, na verdade acho que o problema todo residia no minha postura autodestrutiva diante da vida. Não saí de tudo isso porque sou fodona, mais forte que os outros, blá blá blá. Todos nós temos dentro de nós a força que precisamos para recomeçar, é só querer e se determinar a isso.
