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sábado, 26 de dezembro de 2015
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
2014... um ano para esquecer...
Igual a 2014 nos últimos tempos, só o ano fatídico de 2010, com a tal cirurgia da voz que veio mudar minha vida. Que ano difícil esse de 2014, nossa!! Em quase todos os sentidos, só salvou a saúde e dou graça a Deus por isso, porque se isso fosse afetado, não sei o que teria sido de mim.
Um dia desses li no Facebook, numa imagem, que dizia que se a gente tem emprego, tem casa para morar, saúde e tal, não temos que dizer que nosso ano foi uma merda. Mas sabe como é o ser humano né? Não funciona desse jeito.
Nesse ano de 2014, foi quando senti minha mãe mais distante de mim. Senti o afastamento de uma grande amiga, por motivos que até hoje busco sem encontrar respostas. Sem contar outras relações que se diluíram, foi um ano de quebra de relações de todos os tipos. De distanciamentos, de solidão não escolhida muitas vezes.
2014 foi o ano que meu cartório foi extinto depois de 9 anos de existência. E adorava trabalhar lá, adorava o grupo. Adorava poder ter a minha amiga todos os dias comigo. Ela me foi tirada do convívio, mais um distanciamento, só distanciamento nesse ano maldito.
Mas 2014 teve uma coisa boa, pelo menos uma tinha que ter para quebrar tanta coisa ruim. A cirurgia na voz que fiz para tentar melhorar, surtiu efeito e tive uma melhora, não fiquei boa, mas melhorou, e só por ter melhorado, já vale muito.
Acho que foi um ano que senti muito frustrada a nível pessoal, emocional, sentimental, talvez por isso tenha sido um ano que me desanimei de mim mesma. Larguei a academia e nunca bebi tanto como venho bebendo ultimamente. Acho mesmo que ando com o botão do "foda-se" ligado. Sei que isso não é bom, sei que não adianta, sei de tudo. Mas a verdade é que eu vinha fazendo tudo tão certinho, e virou tudo de perna pro ar, daí me deu ódio e vontade de fazer tudo ao contrário agora. Mas uma hora eu tomo as rédeas de novo...
Se tenho um desejo para 2015? Sim, que eu sobreviva menos e viva mais...
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
O fim de um ciclo...
Trabalho no Tribunal de Justiça desde 1992 e de todos esses anos, nove anos trabalhei no cartório que estou atualmente. Confesso que quando fui para lá estranhei bastante, um povo "caxias", tudo muito certinho, tudo muito perfeitinho, como nunca tinha visto em nenhum outro cartório e sempre foi um lugar que nunca se encaixou no esterótipo do serviço público onde nada anda, nada funciona. Lá tudo sempre funcionou muito bem.
Com o tempo, fui me apegando às pessoas, a gente foi formando um grupo legal, divertido, unido, pra cima, uma turma que estava sempre brincando, trabalhando muito, mas sempre com muito bom humor. Organizávamos festas, saíamos para as baladas, enfim era uma turma unida. Com o tempo meio que virou uma família mesmo, onde todos se ajudavam. Sempre me senti bem lá, acolhida, compreendida. Claro que como todo "casamento" tinha seus dias ruins, mas na soma o saldo sempre foi bem positivo.
Mas em 09 de março desse ano recebemos a notícia que nosso cartório seria extinto para que pudesse ser aberto um outro cartório num outro fórum. Na verdade é o que eles chama de transformação, já que a existe uma lei que limita um número x de cartórios, então como tinha uma necessidade muito maior de um cartório nesse outro fórum, eles aproveitaram que o nosso ficou sem juiz por conta da nossa juíza ter sido promovida a desembargadora e foi o escolhido.
Com isso temos convivido no decorrer desse ano com esse fantasma da extinção. Quando vai ser? Como vai ser? Para onde vamos? Para que cartório iremos? Ficaremos no mesmo fórum ou não? Enfim uma novela mexicana estressante demais que se arrastou por todos esses meses, mas que agora chega em seus últimos capítulos. Do dia 03 ao dia 10 de outubro será a redistribuição dos processos. Ou seja, do dia 13 estaremos todos em algum lugar que ainda não sabemos...
Nesse cartório eu fiz uma grande amiga, aquela para quem eu conto tudo, aquela com quem compartilho meus dias, aquela com quem convivo cinco dias da semana uma de frente para outra. Uma sabe tudo da vida da outra. Acho que nossa convivência é mais do que muitos casamentos, é uma cumplicidade enorme, são muitas horas de convivência, em muitos momentos em que a gente está de péssimo humor e sempre relevando e sempre se respeitando. Se a gente se destendeu umas três vezes nesses nove anos, foi muito. Acho que de tudo isso, perder essa convivência com essa amiga é o que mais me dói, é o que mais me entristece. Eu sei que a gente vai continuar sendo amiga, a gente já conversou sobre isso, mas sabemos que igual ao que é, não será. Essa possibilidade de estarmos juntas tanto tempo assim, não teremos mais. A vida vai se encarregar de levar cada uma por um caminho, mesmo que a amizade permaneça intacta, mas essa convivência a gente não vai ter, e a gente lamenta isso.
Quando você encerra um ciclo porque achou necessário é uma coisa, mas quando encerram um ciclo por você, sem que você queira, fica como se algo tivesse quebrado dentro da gente....
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Buscando um relacionamento...
Faz tempo que não escrevo aqui, mas sinceramente não tenho tido vontade quase nenhuma. Tenho sentido necessidade de viver outras coisas, a impressão que tenho é que andei meio que olhando a vida passar e não gosto disso, daí saí para o mundo novamente. Mas depois que você fica tanto tempo dentro de uma ostra, esse processo não é tão simples. Acabei me afastando de muita gente, outros se afastaram de mim, não culpo tanto os outros mas a mim mesma. Enfim
Nesse processo de se voltar para fora, me bateu uma vontade enorme de ter um relacionamento com alguém. Acho que chega de tanta solidão! Mas isso também não é algo que dependa só do nosso querer, não depende só da busca, mas de uma série de acontecimento, junção dos astros, sorte e tal. E quando depende de sorte, não tenho nenhuma nesse setor... rs.
Então resolvi "atacar" de todos os jeitos. Me escrevi em dois sites de relacionamento, ando entrando na sala de bate papo da UOL, saindo também, porque o velho método olho no olho funciona bem melhor. Mas como minha voz não ajuda muito, nem sempre esse método surte todo o bom resultado que poderia, então vou pela internet também que não precisa da voz.
No entanto ser transexual não é uma questão simples, ou irrelevante quando se busca um relacionamento. Sempre tem o velho dilema de falar ou não falar que é transexual e se optar por falar, decidir quando é o melhor momento. Eu já passei por todas as situações possíveis nesse sentido. Já comecei falando que sou, e o estigma pesa bastante, todo o estereótipo vem na frente e é difícil quebrar isso. Já comecei relacionamento sem dizer que era, em alguns casos o desastre foi tão grande que sinceramente não sei se tenho estrutura para aguentar o tranco. Então pelo menos na internet opto por falar de cara. Nos sites de relacionamento coloco que sou trans e na sala de bate papo também, mas pessoalmente, olho no olho, a coisa é bem mais complicada, porque não dá para dizer: "- Oi tudo bem? Meu nome é Cris, sou uma mulher transexual!". Primeiro vejo se pelo menos vai rolar um segundo encontro, porque se for só o primeiro, não passo por esse estresse mesmo.
Mas vamos as peculiaridades virtuais. Na sala de bate papo, quando os caras veem o meu nick e me chamam, diria que a esmagadora maioria quer matar a curiosidade, ou sexo virtual, ou mesmo um sexo escondido, de preferência na minha casa, porque é 0800 e eles não precisam ser vistos comigo. Muitos têm fantasias bizarras, ou uma noção de mulher transexual, completamente deturpada. De qualquer maneira, se tiver paciência de "garimpar", sempre se tira um ou outro divertido, inteligente, que tem um papo até que envolve. Mas até agora todos que conheci foram com objetivo de sexo. E todos com aquele clichê, do tipo, quando se abre a câmera, começa: "levanta aí para eu te ver", depois "tira a roupa". E eles não tem o menor pudor, se levantam de pau duro mesmo se achando o máximo, muitos já vão se masturbando mesmo. Essa parte toda depende do meu dia, de quanto tomei de vinho, se estou sobria, se estou de bom humor e tal... rs. No geral não tenho muita paciência e desligo tudo na cara mesmo, sem nem dar tchau.
Nos sites de relacionamento a coisa é diferente. Eles veem minha foto e mandam o email. Para a maioria pouco importa o que está escrito no perfil. E nesse caso o que está escrito no perfil, pode fazer toda a diferença para o cara. Por conta deles não lerem o que está escrito, acabo ficando em várias saias justas. Até tinha jurado para mim mesma que nunca mais entraria em sites de relacionamento exatamente por esse motivo, mas já que estou nessa fase de tentativas resolvi arriscar de novo, mas não levo muita fé nesse canal. Acho até que conversei com caras mais interessantes e que renderam algo mais na sala de bate papo.
Se conheci algum desses caras da internet pessoalmente? Sim, dois deles, nada de interessante emocionalmente ou intelectualmente falando, mas é claro que se a finalidade maior é o sexo, eu vou escolher os mais gatos, e nesse quesito a coisa rolou satisfatoriamente.
Pessoalmente também tenho tentado, mas sinceramente o olho no olho não tem tido tanta diferença da net, sexo rápido é o que mais tenho encontrado. Mas o que importa é que mudei, saí do modo ostra, para o modo tentativa, acho que esse modo é mais a cara de como levei toda a minha vida. Vamos ver no que vai dar... rs.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
Acontecimento bizarro!!
Terça-feira, 17/06, dia de jogo do Brasil, resolvi dar uma volta num bar que conheço, que fica bem animado nessas datas festivas. Chegando lá, vi que tava bem animado. Um grupo musical tocava e não pensei duas vezes para cair dentro do samba. Logo um cara se aproximou e a gente acabou ficando.
Ficamos por lá mais um tempo até que saiu uma briga feia e acabou a festa. O grupo recolheu os instrumentos e bar fechou as portas. Daí, eu e o carinha resolvemos dar uma volta por outros bares. Circulamos, rimos, bebemos muuuuito. Foi divertido e acabamos no apartamento dele. Rolou uma transa.
Tarde da noite, deveria ser 1 da manhã. Ele me trouxe em casa. Foi quando ele percebeu que tinha sangue nas minha pernas. Eu não tinha percebido até então. Já estava muito perto de casa e me apressei para entrar. Ele quis me ajudar, mas disse que não precisava. Assim que entrei, não sangrava apenas, o sangue jorrava de forma assustadora. Eu sem saber o que fazer fiquei andando de um lado para o outro no hall do prédio. E em cada lugar que eu parava formava uma poça de sangue. Com medo de desmaiar ali entrei para meu apartamento. Fui direto para debaixo do chuveiro e fiquei lá muito tempo até que aquilo diminuísse.
Diminuiu mas continuou. Está diminuindo a cada dia um pouco mais. Hoje já fui ao médico e tal e estou medicada.
Mas a questão toda foi o dia seguinte. Evidentemente o rastro de sangue foi até a entrada da minha porta e todos assim souberam quem foi a pessoa que sangrou. Daí foi um tal de gente interfonar para meu apartamento, tocar na minha porta, para saber o que aconteceu e eu apenas dizia que tinha ocorrido um sangramento.
Mas do meu apartamento dava para ouvir as conversas nos corredores, as pessoas dizendo: "Será que ela tá bem?", "Ela é tão legal, não merecia isso". Foi quando eu comecei a me dar conta que os boatos estavam se espalhando.
No dia seguinte, ontem, vizinhos que nunca falaram muito comigo começaram a me interfonar para dizer que me davam apoio, que eu poderia me abrir, que quem sofre uma violência não pode se calar. Então, para uma dessas pessoas perguntei se o pessoal estava achando que tinha sido estuprada. Daí a moça me confirmou e desmenti, lógico, porque não aconteceu nada disso.
Mas a verdade é que as pessoas estão me olhando com aquele olhar de pena e sei que por mais que desminta isso, vou continuar sendo vista como a estuprada. Surreal, gente!! Quando a gente acha que já aconteceu de tudo com a gente, vem algo e nos surpreende. Essa é uma história que vai ficar para contar.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Indo em busca de novos rumos...
Tem alguns poucos meses que coisas se modificaram na minha vida e na minha mente. Desde a minha cirurgia malsucedida de voz em 2010 que entrei numa concha e fui me afastando do mundo, de todos. Isso trouxe como principal consequência uma grande solidão. Mas solidão nunca foi algo que me apavorasse, lido bem com ela, em muitos momentos gosto dela, até prefiro. Mas é óbvio que o ser humano não nasceu para seguir a vida solitariamente, mas sim em sociedade, somos seres que gostamos de companhia e comigo não é diferente.
No entanto algo mudou para melhor recentemente e voltei a sentir uma enorme vontade de refazer a minha vida. Não que ela tivesse detonada, muito pelo contrário, até tenho uma vida tranquila atualmente, mas de 2010 para cá minha vida social se diluiu completamente.
Dia desses, tive a certeza que algo deveria ser mudado, que estava pronta para seguir novos rumos. Tive uma espécie de "crise de solidão" em que me deu um grande desespero por estar sozinha e pela primeira vez em muitos anos, peguei o telefone e quis ligar para várias pessoas, para algumas até tentei mas nem deixei chamar quase. Aquilo passou rapidamente, mas foi intenso demais para que esqueça. A partir dali percebi o que vim fazendo com minha vida. Priorizando o que não devo e vice-versa. Enfim, acho que venho fazendo tudo errado nesse setor, principalmente não deixando o novo entrar. Estou precisando me renovar.
Então venho amadurecendo ideias. Sabe quando a gente simplesmente tenta mudar o caminho, o jeito de fazer as coisas? Tentar almoçar num restaurante diferente. Aceitar fazer um programa que nunca fizemos antes. Mudar o caminho de voltar para casa. Fazer pequenas mudanças numa espécie de ensaio para mudanças mais importantes. Acho que estou nessa fase, das pequenas mudanças, para logo em seguida tentar fazer outras de peso.
Não sei se será um processo fácil, mas é um processo possível e que estou disposta a começar, aliás já comecei. Quero, em breve, olhar para esse post e perceber que consegui dar alguns passos adiante. Quero mais para a frente notar que algo importante melhorou no meu social. Se vou conseguir? Não sei, mas tentarei com certeza.
sábado, 7 de junho de 2014
Aprendendo a dizer não...
Se tem uma coisa que aprendi ao longo da vida, foi a dizer não. Quando mais nova tinha uma certa dificuldade em negar as coisas paras as pessoas, achava que com isso perderia o amor delas e muitas vezes provocamos antipatia mesmo ao dizer não, mas é algo extremamente necessário de se desenvolver no decorrer da vida.
Sou o tipo de pessoa que penso bastante antes de pedir algo. Se eu procurar alguém para pedir um favor que seja, pode ter certeza que estou precisando muito daquilo e já pensei em meios de resolver aquilo sozinha. Sendo assim, acho que tenho todo o direito de julgar se o que estão me pedindo é algo no mínimo justo.
Digo não, hoje em dia, com a maior facilidade, principalmente para as pessoas que pedem infinitamente. Porque vamos combinar que tem uns pedintes quase profissionais pela vida, que solicitam das coisas mais bobas as mais sem noção. Para esse tipo de pessoa não tenho a menor pena de dizer não. Porque certamente vou evitar ao máximo recorrer a essa pessoa. Ao pedinte crônico, você pede um favor e ele passar o resto da vida te pedindo favores dos mais absurdos.
Acho mesmo que minhas negativas são proporcionais ao número de pedidos que alguém me faz, talvez porque pense no meu caso, já que alugo muito raramente as pessoas. Então julgo que se a pessoa me pede pouco, é porque quando ela pede está precisando mesmo.
Na verdade tudo na vida perde o valor pelo excesso, tudo que excede se torna chato, inconveniente, de pouco valor sentimental, tedioso e isso vale para todo tipo de situação ou atitude que tenhamos.
Dizer não é minha especialidade, mas gosto quando digo sim de coração. Eu gosto de me sentir uma pessoa melhor, mas não me importo de agir de forma estranha quando necessário.
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