Terça-feira, 17/06, dia de jogo do Brasil, resolvi dar uma volta num bar que conheço, que fica bem animado nessas datas festivas. Chegando lá, vi que tava bem animado. Um grupo musical tocava e não pensei duas vezes para cair dentro do samba. Logo um cara se aproximou e a gente acabou ficando.
Ficamos por lá mais um tempo até que saiu uma briga feia e acabou a festa. O grupo recolheu os instrumentos e bar fechou as portas. Daí, eu e o carinha resolvemos dar uma volta por outros bares. Circulamos, rimos, bebemos muuuuito. Foi divertido e acabamos no apartamento dele. Rolou uma transa.
Tarde da noite, deveria ser 1 da manhã. Ele me trouxe em casa. Foi quando ele percebeu que tinha sangue nas minha pernas. Eu não tinha percebido até então. Já estava muito perto de casa e me apressei para entrar. Ele quis me ajudar, mas disse que não precisava. Assim que entrei, não sangrava apenas, o sangue jorrava de forma assustadora. Eu sem saber o que fazer fiquei andando de um lado para o outro no hall do prédio. E em cada lugar que eu parava formava uma poça de sangue. Com medo de desmaiar ali entrei para meu apartamento. Fui direto para debaixo do chuveiro e fiquei lá muito tempo até que aquilo diminuísse.
Diminuiu mas continuou. Está diminuindo a cada dia um pouco mais. Hoje já fui ao médico e tal e estou medicada.
Mas a questão toda foi o dia seguinte. Evidentemente o rastro de sangue foi até a entrada da minha porta e todos assim souberam quem foi a pessoa que sangrou. Daí foi um tal de gente interfonar para meu apartamento, tocar na minha porta, para saber o que aconteceu e eu apenas dizia que tinha ocorrido um sangramento.
Mas do meu apartamento dava para ouvir as conversas nos corredores, as pessoas dizendo: "Será que ela tá bem?", "Ela é tão legal, não merecia isso". Foi quando eu comecei a me dar conta que os boatos estavam se espalhando.
No dia seguinte, ontem, vizinhos que nunca falaram muito comigo começaram a me interfonar para dizer que me davam apoio, que eu poderia me abrir, que quem sofre uma violência não pode se calar. Então, para uma dessas pessoas perguntei se o pessoal estava achando que tinha sido estuprada. Daí a moça me confirmou e desmenti, lógico, porque não aconteceu nada disso.
Mas a verdade é que as pessoas estão me olhando com aquele olhar de pena e sei que por mais que desminta isso, vou continuar sendo vista como a estuprada. Surreal, gente!! Quando a gente acha que já aconteceu de tudo com a gente, vem algo e nos surpreende. Essa é uma história que vai ficar para contar.
